segunda-feira, 7 de abril de 2014

Poderia eu também dar defeito
Deixar a angustia predominar
Mas não posso, senhor
Quem me seguraria lá embaixo?
E no medo maior da solidão
Me entupo de coisas e afazeres
Um dose de culpa
Que segura a onda da insanidade
Do desejo íntimo de andarilhar sem rumo
E ser só poeta
E ser só ficção
Só história
Oh, história!
Para ser mais que de mim
Há de ser prático e ter o pé no chão
A angustia do artista
É ter que negociar para ser artista
Mas não há outra saída
A vida não dá colher de chá
No reino animal vence o mais forte 
E estamos todos em busca do leão.
Então, senhor, não me deixe dar defeito
Não posso agora


É só por um instante que a luz enfraquece
É só um por instante
Não é questão de ter religião
Mas fé.
Tem um monte de portas invisíveis por aí
É só entrar
Entra!
E calma! 


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