quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

CAFEZINHO



E disse que não gostaria de ouvir tal brincadeira
Mas se era brincadeira, ela não poderia se sentir culpada
Nem sempre é de malícia que se faz uma conversa
E a censura do pensamento pode chegar atrasada
Não aturaria um irritar de egos naquelas alturas

Era grande e forte naqueles segundos
Estava aprendendo com os acasos o tamanho de seu valor
Saiu em trovoada, deixando-o falar sozinho
Plena de um caminho virtuoso
Fechada a cara, cheia de si
Depois de uma intimidade plena
Os dois seriam estranhos por alguns minutos

Mas tudo se derrete em caldas de ternura
Quando ele, como quem quer pedir perdão de um súbito algo
Lhe oferece um tímido cafezinho feito na hora
E ela aceita com um sorriso de quem diz, ainda te amo

No carinho sem palavras se desfazem os maiores vulcões.