segunda-feira, 21 de julho de 2014
Como um pássaro
Se nas minhas verdades arremato um sonho pra fantasiar
A Luz que se espalhou em mim faz revelar o que o meu peito um dia calou
Mas penso que sou um pássaro que chora de tanto voar
Se às vezes sou triste é de tanto amor
Não saio mais de perto de um olhar que quer me contar uma nova história
Será que terei coragem de me render ou me perder?
A calma me lembra um conto pra nunca esquecer
Pra onde foi a dor que de tanta dor se esvaiu em vão?
Pra onde foi a flor de mãe que um dia falhou?
Pra onde foi o verso que faz sossegar?
Pra onde foi a ternura que um dia meu coração já cuidou?
Nada sei sobre as linhas que o destino vai costurar
Mas vou seguindo frágil de tanta firmeza
Paro e ouço conversas que clareiam o caminho
Pra desenhar o meu chão feito criança feliz na areia
Mas penso que sou como um pássaro que voa pra não chorar
sábado, 12 de julho de 2014
redemoinho
Aí perdi a chave no limite do limite do esgotamento, perdi a
chave, ou esqueci a chave em algum buraco negro da dispersão ao enganar o
próprio corpo, ao mentir sobre o cansaço, ilusão sobre as tarefas, aí engulo
sapos para não soltar os bichos, mas passo mal, não escapo da roda toda, do julgamento sob todos os olhos e pensamentos
e todos viramos animais no reino da competição.
Aí me olho no espelho infinitas vezes para confirmar se ainda estou ali, e
semi-estou, meio sexy acabada, e me pergunto se dou conta de mim, mas não dou
conta muito menos de mim, e na chuva para tudo, a chuva, ainda penso se
outros também vivem nostalgias e se ainda sentem, mas esquece, eu me desafio e
sou desafiada, jogo tetris na madrugada e moribunda curto a vida dos outros,
sem forças para dormir, rompo o espaço-tempo com o desejo e a preguices da
hora, amanha durmo até o anoitecer, mas não posso, porque a roda ta girando
rápido demais e eu tenho que fazer parar alguma hora, se ainda estou ali, mas
não estou, e cheia de conflitos e a cada segundo mudando de ideia, não pego o
metrô, não entro no vagão, dou meia volta e saio correndo na chuva atrás de
mim, o transito parado, o Rio em água, eu corro e penso e como todas as besteiras
para me ocupar de prazer. E crio, crio, crio até mais não saber criar. E digo
sim, para não. Sim para os atrasos de contas que crescem e retornam e voltam e
eu trabalho, trabalho e rio, viro a transgressão do impossível e retorno e não sinto mais
culpa da confusão que faço por querer
abraçar tudo para não sucumbir a solidão e ao vazio de não saber como
dar os passos. Aí perco a chave de casa e pago o chaveiro, pago caro para 3
segundos de trabalho fácil, pago caro por estar cansada, só para entrar na paz
do lar e me atirar no sofá, e não conseguir dormir . Aí perco a chave me mantendo em serenidade, me surpreendo comigo, desespero
não. Ando em meio a todos os argentinos do mundo nas ruas de Copacabana. Eles
querem festa, gol, eu só quero entrar em casa e vou atrás de um chaveiro 24
horas. Ele aparece, mas quer dinheiro, caixa eletrônico 24 horas, dinheiro,
casa, chuva, sofá, cama. A minha casa agora é ouro. Ele se vai e eu me perco
mais, eu estou no sofá, além mar. Só quero me divertir e ver o redominho
passar. Quero sentir o redemoinho do meu sangue e minha mente acalmar. Sem
fim...
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