quinta-feira, 6 de outubro de 2016

-->
Então eu acordei sobressaltado. Dentro de mim voava os órgãos por todos os lados . Eu estava tão cheio de vida que nada me bastava, então me concentrava em todos os detalhes do mundo. Porque meu coração estava disparada de tanto querer. Eu começo a entender que o amor é uma coisa que eu guardo e mostro o tempo todo. Eu o conquistei quando nasci e ele anda comigo aonde eu for. As vezes algo me provoca  a coloca-lo para pra fora.  Algumas horas  eu perco o controle, porque eu não sei muito a medida das coisas.
Alguma pessoas se assustam e fogem. Talvez eu nunca mais as encontrarei de verdade. Fico triste, mas passa. Me interessam mesmos as  outras, que encaram o universo como eu. Me olham nos olhos e viramos cúmplices. A gente ri em silencio em  fagulhas de segundo de sonhos reais .

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Ao mesmo tempo

-->
A revolução interna não acontece na sequencia das coisas ordenadas metodicamente pela vida que segue.
E o arrebatamento ao mesmo tempo, que te eleva e te testa com todas as forças, pelos poros e as veias, pelos gestos e pensamentos, chacoalha e reverbera a cada instante.
Nos segundos intensos te faz metralhar passados recentes para dar espaço ao concreto presente em cada novo gesto repleto de sentimento.
O coração bate feito a voz que sai no canto querendo respirar para além corpo e invadir o espaço feito pássaro eterno.
A sombra e a Luz te habita ao mesmo tempo com a mesma intensidade.
Acorda-te e olha para o céu. Encontre os pontos que mudarão seu olhar para ti mesmo.
Encontre as frestas que farão pensar por novos caminhos. E que esses caminhos te encham de confiança, te encham de solitute. Te encham de você por inteiro, ao mesmo tempo que metralhas seus medos.  Te deixe perceber que sempre será ao mesmo tempo. Sempre. E que seja mesmo. E que seja em frente.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

A encruzilhada

Estava caminhando quando se deparou com dois caminhos
Olhou várias vezes para cada um deles.
Ficou horas no meio, escolhendo qual deles seguir
Teve momentos que pisou com firmeza em um.
Era o mais iluminado, de linha reta e uma estrada longa e chão plano.
Chegaria mais rápido, em algum lugar, era evidente.
Mas recuou.
Olhou para o outro.
Não era tão iluminado e tinhas muitas curvas. Subidas e descidas. E muito mistério.
Não dava para ver após a primeira curva.
Demoraria mais tempo a chegar em um lugar, era evidente.
Fez um esforço: olhar para dentro de si.
Se viu, se ouviu.  Respirou.
Seria mais fácil ir correndo em linha reta.
Mas pegou o caminho das curvas, subidas e descidas.
Sabia que mesmo demorando mais tempo
Precisava confiar na sua força de saber chegar
Sem saber o que virá após a curva
Porque não importava o tempo curto
E sim a qualidade dele.
Seguiu.


sexta-feira, 8 de julho de 2016

A cidade disfarça em cores e arquiteturas modernas
As dores dos espíritos
Pelos sangues jorrados dos povos indígenas
E até aqueles que não sabem chorar
Se  debatem sobre travesseiros
Nem o verão  mais quente aquece
A frieza dos desalmados


quinta-feira, 7 de julho de 2016


Em campos grandes com jeito de cidades pequenas
Sou forçada a orar por mim
No espelho o reflexo de passados recentes
Surpreende as novas marcas do corpo
Que clamam para não passar da hora
Antes que o presente sucumba de medo
De sonhos estranhos
Paralelos do por do sol
O coração que é sábio
Me desacelera
E renovo a cada instante

domingo, 19 de junho de 2016


Quando de repente foi arrebatado de lembranças,
Segundos depois, a água escorreu dos olhos.
Deixou.
A correnteza passou deixando um espaço livre.
Olhou de novo a janela
Eram as possibilidades
De dentro.

sábado, 11 de junho de 2016

“Bom dia” na multidão de uma noite fria.



E a gente que estava juntos, deitados, numa noite dessas, vendo o filme dos Irmãos, na plena intimidade que se espalhava pelos corpos, protegidos da rua, da noite, do mundo, na falsa proteção de nós, expondo o melhor  e o pior um do outro, no paraíso do apartamento, no detalhe de uma conversa fútil e profunda , de insights e sorrisos. E de uma hora para hora, num corte seco do tempo, temos a capacidade de fingir a não intimidade de forma excepcional. O paraíso se torna o inferninho da multidão, numa noite fria de encontros, nos deparamos com nossos olhos que não olham nos olhos e comentamos superficialmente sobre tudo o que não sabemos fazer, para mostrar qualquer espécie de educação em meio a mutilação da civilidade :   Oi! Oi! (tempo, olhos não nos olhos) Cheguei agora. Legal. Eu já tô aqui há um tempo. (tempo, olhos não nos olhos) Bom, vou lá. Aniversário... Tchau. E a saída forçada de cena, tentando eliminar a memória recente de um lugar sólido, desmanchado no ar. Somos seres infelizmente aptos a ir contra a natureza, a ir fingir o conforto no desconforto, a acreditar que nunca fomos íntimos, nos apoiando na ideia realista de que nunca mais seremos.   Mas o que alivia é que a memória não é tão desapegada  da alma, e nos faz ser quem somos. Olhar para frente, sendo tudo o que perdemos. E eu, que sempre observarei as ansiedades de corações vazio perdidos na noite, e de vez em quando, serei um coração perdido vazio na noite em busca de sorrisos e olhares cúmplices, vou sempre voltar para a casa com a sensação de aquele musical que passava na madrugada do canal tal,  é a  esperança  dos sonhos. Durmo com a imagem mais linda de três coisas que fazem  da fantasia a melhor realidade e o sofá quentinho o melhor point da noite: Bom dia na madrugada chuvosa, dança transgredindo um apartamento, e a paixão de três amigos e dois amantes.

 

segunda-feira, 30 de maio de 2016


E quando penso que estou no topo
A vida me manda descer em queda brusca
Volto a encontrar meu “eu” em profundo sofrimento
Que se reconstitui através das lágrimas
A solidão, extensão de mim
Me faz andar de novo
Dessa vez quero encará-la sem medo, com  maestria
Começo rastejando, aos poucos os pés sustentam as pernas,
Ergo a cabeça e vou
Novamente
Reconstrução
Não me interessa mais o topo
Quero chegar longe
Num caminho sem fim.

terça-feira, 17 de maio de 2016



Escrevo para viver de ilusões
Que me arrebatam sentimentos
E não me fazem morrer de realidade



quarta-feira, 27 de abril de 2016

Evoluir é aprender a ser pássaro
Voar pleno e livre
E quanto mais longe, melhor
Sozinho ou em bando
Sem as amarras do ego
Que nos escravizam ao chão
E cortam as asas dos outros

sábado, 16 de abril de 2016

Os ex amores não morrem
Eles apenas se perdem
Dentro
Pra gente buscar fora
Um novo achado