Saudade é o arrebatamento
Quando no meio de um lugar qualquer
Depois de um riso solto
Envolto ao mundo de gente
Cair no choro por uma lembrança
Daquela gordurinha debaixo do braço
O detalhe que se torna protagonista
O bel prazer de uma memória
E se fato foi, concreto é.
A diferença é a mera matéria.
Que desmancha no ar.
sábado, 29 de março de 2014
quinta-feira, 27 de março de 2014
E você me atirou no mundo
E eu tive que reaprender a andar
E me ferir pra curar
Reconhecer um novo olhar
Nos diversos olhos que encontro no caminho
E você me rebatizou
E vaguei sem chão, mas céu azul
Chorei sem fim
Também ri como a primeira vez
Você me refez
Me despertei
Aprendi a tocar
Reconquistei o que se perdeu em mim
Me desarmei para lutar
Não entendi, mas sei
Morri.
Mas ressuscitei
Mas
E agora
Multiplicar, expandir, explanar
Abrir os braços
E voei.segunda-feira, 24 de março de 2014
Meu corpo é meio sírio, russo e turco.
Sem o quê da mulher brasileira:
Peitinho empinado, a bunda comprada, o nariz afilado.
Nasci com a sina da mãe judia
Em tempos de mães solteiras
Saio na rua e não sou a mingnon
Mais violão
que violinha
Ainda assim
estou lá, na academia
Enquanto subo a escada parada
Enquanto subo a escada parada
E a TV se impondo, bem grande, até demais.
Me obrigando
assistir a atriz bela corpão
A que todos
querem ter ou ser
E eu meio síria,
russa, turca
Meio jovem em corpo de matrona
Meio mulher com jeito de menina
Ou menina sem jeito pra mulher
Cabelos sem escova
Gordurinhas
Comendo salada e o congelado ligth da nova
alimentação
Qual o limite da saúde e a escravidão?
E todos esperam isso de mim, de nós?
Salto longo, saia curta, roupa conceitual?
Oh, good
Culpa dos pais?
Mas se conheço muitas outras meios.
Meio portuguesas, polacas, italianas, turcas, sírias e coisas
mais.
E não seriam também brasileiras?
Então que palhaçada é essa?
Se é o Brasil da miscigenação?!
Somos todo corpo padrão!sexta-feira, 21 de março de 2014
Sem fim
Não há o recomeço
Os que não o querem
São os sedutores histéricos
Com medo do futuro
Abrem portas e não fecham
Deixam chamas espalhadas
Pra quem sabe, um dia
Voltar para qualquer coisa
O fim pode ser bom
Porque nele nascem nossos melhores outros
Mudamos de pele e seguimos
Novos
E somos também o que perdemos
quarta-feira, 19 de março de 2014
Você
não poderia viver comigo
Não
seria justo eu aqui de costas pra ti
Janela fechada,
o sol queimando
Eu
aqui, mulher sem sexo
E o
mundo lá fora, meninas tão belas de salto
Eu aqui,
ganhando dinheiro
Pagando
meus sonhos, os quais te excluí
E você não poderia mesmo viver assim
Nas
minhas sombras ocultas
Tu és
homem, e eu só escrevo teatro
Tú és
Bukowski, eu Cecília Meirelles
Sou
doce e sincera
Tú és
seco e malandro
Whisky
na água de coco.
Vai
mesmo te achar bem distante
Eu aqui
continuo fingindo
O que
você já não se engana.
Passou
os tempos de vítima
Virei a
víbora no corpo de Medéia
Matei os
nossos não filhos
Fui eu
que fiz tudo daqui
Sentada
E essa
sina de querer conquistar o mundo
A
insegurança de quem já foi criança sofrida
Me perdi
Te perdi
Disse
sim
Mas era
fim
domingo, 16 de março de 2014
Pós um domingo
Porque
não sabemos o que nos espera, mas sabemos de tudo, no fundo, de tudo, sabemos. Somos líquidos e profanos. Desafiamos o que
pode acontecer sem poder acontecer, para assim, vivos, vivermos. Ateus ou não, estamos salvos, às vezes de nós mesmo, da expectativa infame, a histeria
disfarçada de excitação, que nos engana, dança e brinca na rua, nos faz de peão
e, girando, vemos o todo e puft! O chão!
Mas o chão que em vez da dor, acolhe, te coloca frente a frente com o que já era, já era. E no final, esse final que não existe antes da morte, rimos. Rimos da graça, do que já era entendido sem querer ser de fato ser.
E mesmo o filósofo mais filósofo, mais cético, mais filósofo, sabe que sim. Então, tudo bem. Que saibamos evoluir (que arrogância esse início de frase) a cada vez que. A cada vez quê? Melhor é rir dos tolos, dos idiotas ou frágeis, idiota ou simplesmente frágeis, carentes, enrolados, enfim... rir, apesar de infinitas coisas que um idiota ou frágil possa ser. E todos já tivemos momentos de idiotas e frágeis, então, tudo bem. Tudo bem mesmo. Voltemos pra casinha, pro cobertor de lã, que ali todo mundo é rei e não há como se ferir. Depois, saímos de novo para o que pensamos saber, mas tudo será diferente.
Mas o chão que em vez da dor, acolhe, te coloca frente a frente com o que já era, já era. E no final, esse final que não existe antes da morte, rimos. Rimos da graça, do que já era entendido sem querer ser de fato ser.
E mesmo o filósofo mais filósofo, mais cético, mais filósofo, sabe que sim. Então, tudo bem. Que saibamos evoluir (que arrogância esse início de frase) a cada vez que. A cada vez quê? Melhor é rir dos tolos, dos idiotas ou frágeis, idiota ou simplesmente frágeis, carentes, enrolados, enfim... rir, apesar de infinitas coisas que um idiota ou frágil possa ser. E todos já tivemos momentos de idiotas e frágeis, então, tudo bem. Tudo bem mesmo. Voltemos pra casinha, pro cobertor de lã, que ali todo mundo é rei e não há como se ferir. Depois, saímos de novo para o que pensamos saber, mas tudo será diferente.
segunda-feira, 10 de março de 2014
Me secri
E o que me resta é escrever algumas palavras sem sentidos
Porque sentido já e uma palavra sem forma
E o conflito do saber ganhar dinheiro
para se dar ao luxo de divagar numa tarde improdutiva
Improdutiva pra fora
Pra dentro, outra vida
Oh, senhor, me traga um vidente!
que ele (pode ser ela tb) me tire a inquietude
Ofusque essa ansiedade voraz
Que come as horas
E escrevo ao léu para o céu!
Para ninguém
Como ser, assim, numa caixa fechada
querendo estar o tempo todo pra fora?
Flutuaria se soubesse
Admiro muito os poetas
Que falam de si, sem "eu"
Tudo bem, não sou poeta
Sou romântica.
Porque sentido já e uma palavra sem forma
E o conflito do saber ganhar dinheiro
para se dar ao luxo de divagar numa tarde improdutiva
Improdutiva pra fora
Pra dentro, outra vida
Oh, senhor, me traga um vidente!
que ele (pode ser ela tb) me tire a inquietude
Ofusque essa ansiedade voraz
Que come as horas
E escrevo ao léu para o céu!
Para ninguém
Como ser, assim, numa caixa fechada
querendo estar o tempo todo pra fora?
Flutuaria se soubesse
Admiro muito os poetas
Que falam de si, sem "eu"
Tudo bem, não sou poeta
Sou romântica.
OS DONOS DA LUZ
Quem será que reinventa a Luz
Quando estamos atrelado aos erros.
Mas quem sabe erro é um acerto de contas com crescimento.
Quando nasce o sol e vemos o dia disparar o tempo,
Nos faz agir antes do pensamento,
Caímos na armadilha do momento.
E quem será que reinventa a Luz
Quando ela nos diz que o tempo é lento.
Quem será que reinventa a Luz
Quando precisamos valorizar o presente,
Sem passados que passaram e futuro inexistentes.
E o tempo obedece o agora?
Seria bom lançarmos a corda,
Para segurará-lo e não mandá-lo embora.
Quando tempo eleva a Luz,
Viramos a corda.
Quem será que reinventa Luz
Quando somos outros e não podemos,
Ou queremos e não sabemos como,
Ou precisamos ser outros podendo e sabendo,
E, sendo, seremos melhores outros.
Quem será que reinventa a Luz
Quando passamos na estrada,
Pisamos com passos tão fundos
Chegamos em outras moradas,
Até o outro lado do mundo
Só pra entender nossas falas.
Quem será que reinventa a Luz
Quando nos perdemos no tempo,
E reinventamos o amor
Para não nos perdemos na dor.
Quem será que nos dirá que a Luz se reinventará,
Quando respirarmos lentamente, olharmos para frente,
Abrirmos os braços intensamente
E ver o tempo elevando a Luz.
Para sermos a corda que enlaça o presente.
.
Quando estamos atrelado aos erros.
Mas quem sabe erro é um acerto de contas com crescimento.
Quando nasce o sol e vemos o dia disparar o tempo,
Nos faz agir antes do pensamento,
Caímos na armadilha do momento.
E quem será que reinventa a Luz
Quando ela nos diz que o tempo é lento.
Quem será que reinventa a Luz
Quando precisamos valorizar o presente,
Sem passados que passaram e futuro inexistentes.
E o tempo obedece o agora?
Seria bom lançarmos a corda,
Para segurará-lo e não mandá-lo embora.
Quando tempo eleva a Luz,
Viramos a corda.
Quem será que reinventa Luz
Quando somos outros e não podemos,
Ou queremos e não sabemos como,
Ou precisamos ser outros podendo e sabendo,
E, sendo, seremos melhores outros.
Quem será que reinventa a Luz
Quando passamos na estrada,
Pisamos com passos tão fundos
Chegamos em outras moradas,
Até o outro lado do mundo
Só pra entender nossas falas.
Quem será que reinventa a Luz
Quando nos perdemos no tempo,
E reinventamos o amor
Para não nos perdemos na dor.
Quando respirarmos lentamente, olharmos para frente,
Abrirmos os braços intensamente
E ver o tempo elevando a Luz.
Para sermos a corda que enlaça o presente.
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A CHEGADA
Depois de um mergulho em uma janela de um quadro de Dalí
Uma festa que não soube acabar
No coração carnaval todo dia
A euforia de sair do lugar
Continua a pulsar , o sangue correr, o corpo sentir
a alma querer
Mas como voltar?
Se não somos mais o que antes
E os que ficaram estariam iguais?
Resgatar o tempo real
Mas está tudo distante
Acalmar o anseio de mais
É negar o se transformar
Mas como se faz
Para se adaptar
ao tudo que estava aqui
antes de ir
Como voltar?
Se reencaixar
Se vira aí!
Dá um jeito
Ou não
Oh não!
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