segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ANDORINHA

Quando olhei pra trás, consegui me ver
O que não sou mais
E me perguntei se eu estaria assim se ficasse lá.
Hoje eu percebi que o que teve fim, quase me acabou.
E o que ficou, profunda solidão, me fortificou.


Bravo coração que se adaptou ao que não tinha
Esperou o tempo sarar a ferida que não saia
Teve que entender que o seu amor
Era o ser errante que por medo ou pudor
Não sabia.


Apesar da dor, teve que seguir para o que viria.
Por fora ele ensinou, por dentro ainda aprendia
Nada pode ser mais triste que o descuido
De um alguém que já te amou um dia


Quando olhei pra trás, consegui me ver
O que não sou mais.
Então percebi como me salvei do que eu não fui e que jamais seria.
Aprendi a voar de dentro pra fora
Como andorinha.

.

5 comentários:

  1. '(...) se adaptou ao que não tinha', na ciência é comum dizerem que a escassez é o motor das grandes descobertas.

    A ciência, como parte da vida humana, talvez seja só a ponta do iceberg, o reflexo desse coração que aprende a voar, 'de dentro pra fora', para superar os obstáculos interpostos pelo descaso.

    Bela poesia!!! Magia... Bjs

    ResponderExcluir