terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O CORPO

O tronco é todo faísca
detonador de raios
horas aceso
elétrico
magnético






Os olhos comprimem águas
de memórias futuras
fecham e abrem
agindo no escuro vazio
esperançosos com a a sonhada visão




A pele enrijece
arrepia
solitária
uiva no silêncio
à espreita de qualquer chance
que possa surgir sem avisar


O coração em disparada
quase sufoca
não aguentando o rojão
e o mistério
eleva com toda força
a batida desvairada
e disrítmica


Os pés estão perdidos
e andando em círculos
entortados
temem o caminho
paralisam
acimentam o medo


Das mãos saem química
explosiva de alta tensão
sofrem
com o não tato
se metem em lugares ermos
úmidos
sombrios


O ventre absorve
os fatos
grita
geme
morre
vive


A cabeça
Ah... cabeça...
pira
feito pião
quando tá para parar
tentando se manter por uma base fina
roda e cai, sem cessar...

...

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