domingo, 6 de fevereiro de 2011

SEM MAIS

Não queria, mas é assim, necessário.

Porque às vezes é preciso parar,
Senão ficam apenas fantasias
Com doses de dores em frascos de ilusão.


Se tivesse o mínimo, talvez faria o contrário
Mas nem o mínimo me é concedido
Negocio meu destino para não me perder
Em falsos encantos, certeiras ciladas


Faço uma balburdia em copo d'água
Me surpreendo com minhas próprias profundidades
Não consigo lhe dar com o “não”
Mas o aceito sem contestar


Envergonhado fico com esse sofrimento
Como se ele não me fosse de direito
A fraqueza é involuntária
E o desejo uma obsessão

Só me resta seguir numa única direção
Ela me guiará para o lado oposto
O outro lado
O lado de lá

E, lamentando, um dia esquecerei
Talvez duvidando do próprio esquecimento
Ou injuriando-o com manhas infantis
De quem não obteve o que gostaria

Mas o que consola é que nem sempre a malcriação faz sentido

E muitas vezes a manha não tem razão
Então vou, lançando-me em mistérios
Quem sabe, sem mais, consigo
Ir sem olhar pra trás

Nenhum comentário:

Postar um comentário