Não queria, mas é assim, necessário.
Porque às vezes é preciso parar,
Senão ficam apenas fantasias
Com doses de dores em frascos de ilusão.
Se tivesse o mínimo, talvez faria o contrário
Mas nem o mínimo me é concedido
Negocio meu destino para não me perder
Em falsos encantos, certeiras ciladas
Faço uma balburdia em copo d'água
Me surpreendo com minhas próprias profundidades
Não consigo lhe dar com o “não”
Mas o aceito sem contestar
Envergonhado fico com esse sofrimento
Como se ele não me fosse de direito
A fraqueza é involuntária
E o desejo uma obsessão
Só me resta seguir numa única direção
Ela me guiará para o lado oposto
O outro lado
O lado de lá
E, lamentando, um dia esquecerei
Talvez duvidando do próprio esquecimento
Ou injuriando-o com manhas infantis
De quem não obteve o que gostaria
Mas o que consola é que nem sempre a malcriação faz sentido
E muitas vezes a manha não tem razão
Então vou, lançando-me em mistérios
Quem sabe, sem mais, consigo
Ir sem olhar pra trás
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