sábado, 26 de março de 2011

PERCEPÇÕES DE UMA NOITE

Fico um pouco triste
quando vejo que a espectativa é falsa.
E ter que se acostumar a não criá-las.
Tão bom seria ser inteiramente feliz
no presente, sem medo do depois.
Não se iludir com falsos adjetivos e promessas,
ou fingir que "tá tudo bem", "não é nada",
mas por dentro querer sorrir genuinamente.
São verdadeiras lições do clichê do "o que já foi, já foi"
e ter que engolir em seco e olhar pra frente.
Não tocar no que já está fechado,
nem ousar reabrí-lo,
para o clichê não voltar e ter que dizer: "você já sabia".
Então me entrego ao meu silêncio,
à noite solitária,
à paz dos livres no mundo,
ao mistério do amanhã,
ao que depende só de mim,
às minhas proprias fraquezas,
que lutam contra a força de vontade,
me exaurem no fnal do dia,
me entrengam ao desperdício do nada,
quando eu poderia estar mais ligada,
mais ativa,
mais.
Mas, mas, mas vou fingir que "tudo é assim mesmo",
" e eu sempre fico bem no final".
"Não vou mais me iludir com os mordes e assopra"
que, por coincidência, ou por minha própria escolha,
teimam em me prestigiar.
Não, não, não.
É tempo de avançar.
Deixar quieto, não por medo.
Deixar quieto para vir o melhor.

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