segunda-feira, 5 de setembro de 2011

MILAGRE

Às vezes recebemos presentes raros,
Em horas não marcadas, em dias não combinados,
Que abalam nossos falsos apoios em verdades pré-estabelicidas,
Desbancando os planejamentos que fazemos para alguma coisa qualquer,
Que nos fazem sentir no controle de sei lá o quê.

Mas a beleza pode estar presente aí:
No caminho obscuro que se ilumina aos poucos.
Nunca saberemos de tudo. Nunca mesmo.
Quem acha que sim, sofrerá até o fim.


O tempo prático luta com o cosmos subjetivo.
O amor se apodera intrinsecamente dos poros
Sem pedir permissão.
E quando nos vemos ,
Estamos tomados,
Estamos amando,
E sendo amados.


Existe sim um lugar além do que não se pode ver.
Que não é pra ser longe,
Tá mais pra ser dentro.
Talvez é lá que fica a alma,
Que nos enlaça em abraços
E nos explica o que ela quer de verdade.
E, entendendo-a, não há nada mais o que temer.

De alguma forma vamos um dia aplaudir o destino
Como quem aplaude o belo músico ao piano
E aprende a receber
Os milagres.


Para meu grande amigo F.C





2 comentários:

  1. Eu gostei dessa ideia de que o lugar além do que não se pode ser é dentro. E concordo!

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  2. "...não há nada mais o que temer". Lindo isso!

    O medo diminui a vida.

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