sexta-feira, 31 de agosto de 2012




Ele diz que esse som é triste
Mas eu digo que é o que me deixa bem

São notas que inspiram e trazem para o ambiente um pouco de paz

Aí eu paro, olho pra essa janela nova

(ainda vou me acostumar com ela)

Porque está mais longe do céu, apesar de ter um passarinho bem perto

Mas é que o céu é muito importante

E olhando pra ela, com um pedacinho de azul no canto esquerdo

Penso no quanto desviamos de certos caminhos que outrora eram tão certeiros

Tudo depende do ponto de vista

Dói em mim brigar com alguém para defender algo que acredito

Penso logo o quanto quero as coisas do meu jeito

E que isso pode ser resquício de uma infãncia mimada e protegida da  real realidade

Mas meu analista diz que defender algo é parte do crescimento

E que brigar, às vezes, é importante.

Mas se me faz sofrer é que aindo me afeto demais com as coisas

E logo  eu, tu, ele, que penso que sei um pouco do mundo

Não sei de nada

Toda hora levo um arrastão de sabedoria dos outros

Me surpreendendo comigo mesma

Pois parece que quanto mais envelheço, mais não sei nada

Ou quando era mais jovem, era mais sábia

E não quero congelar como muitos, que depois de uma certa idade

Não se interessam mais em crescer

Às vezes tenho certeza que a reclusão é a minha salvação

Tenho medo de isso aumentar e me desviar do mundo

Como a religião faz com muitas pessoas

Acho que tenho vocação para ser só dos outros

Porque quando sou de mim, não sei aonde segurar

Ou me deparo com tamanha insegurança e medo

Que entendo a alegria de estar fora de casa

Esse lugar que é cheio de espelhos imaginários.

Não vou apresentar solução para esse discurso

Vou deixar seguir com a  vida

Queria ser mais calma

Como as pessoas que vejo nas fotos virtuais

Mas o virtual também é falso

Por isso vou pisar na areia e olhar o mar

O eterno professor do movimento.

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