sexta-feira, 13 de junho de 2014
noite adentro
Escrevo desvairadamente aqui
Pois toda necessidade invisível impalpável se converte em escritos
Que só estão aqui presentes para os que espíritos dessa lua cheia não me matem de dentro pra fora
Escrevo aqui
Pra acalmar meus limites físicos que lutam com a vontade
De viver tudo em cada parte e não perder nada de nada de nada
Escrevo
Para dominar a ansiedade angustiada de evocar os deuses de todos os tempos
E lhes possuir, os deuses, com suas quimeras mais que humanas
Desvairadamente
Para parabenizar essa música que me inspira
Essa musica que toca louca e delicada no meu som
No meu palacito burguês de ouro
Que me protege dos males neuróticos do mundo a fora
Aqui
Para dormir culpada e acordar inocente
Parar deixar de fingir desapego
Deixar de fingir
E deixar e deixar e deixar
para salvar as palavras de um programa de computador
Que pode falhar mais que eu em toda a minha vida
Escrevo desvairadamente aqui
Para voar longe, me atirando em sonhos
Sem fechar os olhos.
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