sábado, 18 de setembro de 2010

NÃO EU


Sim, meu eu.
Terei que te guardar aí.
Não posso mais ser você.
Não dá.
Desculpe.
Não adianta implorar.
Eu sei.
Vai ser difícil.
Mas dessa vez não vou te ouvir.
Nem se você, eu, começar a cantar
Aquele Blues que fazemos quando queremos
Ou aquele Folk tipo Tom Waits
Que nos faz lembrar.
E nos faz esquecer.
Mas não pense que é descaso, eu.
Não é.
Você sabe o quanto tudo.
E só tempo.
Não pergunte.
São eles.
Não cabemos.
Se assustam.
Pois é.
Não sofra.
Quando se sentir sozinho,
Passeie pelas ruas
Longe de você, de mim
Quem sabe?
E assim, oculto, poderá até chorar e rir
Eu vou te ouvir.
Não vou te amparar.
Mas saberei de você, de mim. 
Não é você.
Não sou eu.
Não eu.
Mas é assim que tem que ser.
Se for você, eu,
Se a gente ser,
Não vai ter.
Depois prometo.
Te resgato.
Aí.
Pra você, eu, nunca se, me perder.
E não nos esquecermos do quanto fomos felizes.
E quanto ainda vamos ser.
Porque
Não se esqueça.
Se pudesse escolher,
Escolheria eu,
Você.


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