Ainda choro
mas sei que é purificação
Então rezo
Pra lapidar todo esse amor
E fazer uma obra de arte
Que traga mais Luz.
Ainda sinto
uma tristeza no interior
então me lembro
da vontade de continuar
O desejo de aprender
Estou
cada vez mais perto de mim
Me peguei flutuando no mar
Descobri o quanto posso dançar.
E agora não quero parar.
Estou amando cada vez mais
Essa vida que sabe o que faz
Coração que até bate demais
Pulso firme que sabe ensinar
Às vezes, confesso, tento entender
mas depois eu penso, pra que?
se o passado não dá pra voltar
e o futuro eu posso mudar
o presente eu vivo pra ser
eu sou pra viver
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
sábado, 11 de janeiro de 2014
domingo, 1 de dezembro de 2013
SONHOS II
Tudo ia bem pelo menos pra mim que não via nada errado
Nem um sinal de escuridão na nossa luz a dois.
Não sei se tava cega ou passei despercebida
Você não me avisou que eu já estava sem saída
E me segurou enquanto pode, pra me largar de repente assim no meio
de um nada.
E agora meu amor, estou aqui sozinha tentando entender em que
ponto eu errei.
Talvez não tava olhando para você do mesmo jeito,
Mas o que fazer se não tive outra escolha, senão lutar até não
mais poder.
Tudo tava indo bem pelo menos pra mim que te amava feito mais que
já amei.
E não te ouvi quando você disse “calma!”
“Nada é para sempre, estamos juntos agora, mas do futuro eu não
sei.”
Tudo tava indo bem até você me segurar quando não tão bem assim,
eu senti e quis caminhar.
Me prendeu à promessas de um futuro belo.
Eu corri atrás de um eu melhor pra gente ser feliz.
Me iludi com as fagulhas de segundos que o teu desespero me fez
acreditar,
E você de repente me disse que tava louco, apaixonado por outra
pessoa
Aaaaaaaaahhhh!
Mas não tem revolta não! Eu já sei o que fazer.
Vou rimar aqui até não poder, até te expulsar de
mim
Sou piegas, cafona, melodramática,
Mas o que é o fim de um amor senão tudo isso misturado e eu
um pouco de mais de tudo isso, enfim?
Sempre alguém me diz “esquece isso e segue em frente”
Mas o que fazer quando de repente a gente sente
Uma pontada louca aguda dentro do peito que chega sem
perguntar e te deixa fraco assim?
Mas não tem revolta não
Esse rasgo um dia sara
E você não saberá
Que sozinha no meu quarto
Eu chorei por ti até não mais me aguentar
Tudo bem, não tem segredo não
É só viver o dia a dia
E quando isso passar
Vai voltar a alegria
E vou rir, eu sei, rir, mas rir assim, até me acabar!
...
E vou rir, eu sei, rir, mas rir assim, até me acabar!
...
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Ele diz que esse som é triste
Mas eu digo que é o que me
deixa bem
São notas que inspiram e
trazem para o ambiente um pouco de paz
Aí eu paro, olho pra essa
janela nova
(ainda vou me acostumar com
ela)
Porque está mais longe do céu,
apesar de ter um passarinho bem perto
Mas é que o céu é muito
importante
E olhando pra ela, com um
pedacinho de azul no canto esquerdo
Penso no quanto desviamos de
certos caminhos que outrora eram tão certeiros
Tudo depende do ponto de vista
Dói em mim brigar com alguém
para defender algo que acredito
Penso logo o quanto quero as
coisas do meu jeito
E que isso pode ser resquício
de uma infãncia mimada e protegida da
real realidade
Mas meu analista diz que
defender algo é parte do crescimento
E que brigar, às vezes, é
importante.
Mas se me faz sofrer é que
aindo me afeto demais com as coisas
E logo eu, tu, ele, que penso que sei um pouco do mundo
Não sei de nada
Toda hora levo um arrastão de
sabedoria dos outros
Me surpreendendo comigo mesma
Pois parece que quanto mais
envelheço, mais não sei nada
Ou quando era mais jovem, era
mais sábia
E não quero congelar como
muitos, que depois de uma certa idade
Não se interessam mais em
crescer
Às vezes tenho certeza que a
reclusão é a minha salvação
Tenho medo de isso aumentar e
me desviar do mundo
Como a religião faz com
muitas pessoas
Acho que tenho vocação para
ser só dos outros
Porque quando sou de mim, não
sei aonde segurar
Ou me deparo com tamanha
insegurança e medo
Que entendo a alegria
de estar fora de casa
Esse lugar que é cheio de
espelhos imaginários.
Não vou apresentar solução
para esse discurso
Vou deixar seguir com a vida
Queria ser mais calma
Como as pessoas que vejo nas
fotos virtuais
Mas o virtual também é falso
Por isso vou pisar na areia e
olhar o mar
O eterno professor do
movimento.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Então, eu cheguei aqui.
Um lar acolhedor.
Depois de tudo o que se passou.
São tantos erros que cometi.
Faz parte do crescer
Que bom é amadurecer
Escolhas certas são consequencias
Caminhos tortos que tracei
Experiencias que passei
Muito coisa para aprender
Já posso até dizer
O que eu tenho é porque errei e aprendi
Já sou aquilo que perdi
Também sou o que escolhi
E serei o que ainda não vivi.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Você foi uma fonte de inspiração e continua sendo, porque
não acaba o que fica.
Você me ensinou a escutar e continua ensinando, porque as
músicas ainda tocam no meu som.
Você me ensinou a chorar e ainda choro, porque foi embora.
Você me ensinou a sorrir e ainda sorrio, porque tenho memória
Você me ensinou a querer mais e ainda quero, porque
consegui.
Às vezes me conecto com você, sem você saber. É quando quero
te recriar.
E a profundidade que
você deixou, me faz te agradecer por tudo o que ficou.
Me faz pensar o quanto foi bom te amar.
Me faz amar o quanto foi bom ter você.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Prostração
É como uma massa
invisível pesada e densa,
que nasce na frente do meu corpo e me impede de qualquer passo adiante.
Cansada, acabo cedendo, não luto com a massa e deito na cama.
Pego um livro e solto-o, acabo ligando a televisão.
Lá dentro da caixa, só merda, me torno imbecil,
sofro, mas não faço nada. A massa continua presente, ela vence, não tenho forças
sofro, mas é só por dentro, não consigo nem chorar.
Sou um personagem dos contos de Kafka ou Murilo Rubião.
Deitada na cama, me
sinto pequena e oprimida.
A massa invisível cresce, já não consigo levantar.
Sede, quero beber água.
Nem isso.
Virei barata.
A manhã começa, as horas passam.
É preciso trabalhar. Tem muita coisa a fazer, tá tudo se atropelando.
Não vou conseguir.
A massa cresce,
quero levantar,
virei um piolho,
quero beber água,
cada vez mais difícil,
a TV me apodrece,
minha alma tá indo indo embora,
virei bicho,
meu corpo sua,
virei lixo,
o telefone toca,
não atendo,
minhas mãos sumiram.
Ah, mas também não me amolem!
Sonho em ser bebê.
Um bebê rico de berço de ouro.
Me pegam no colo, me dão de mamá e me fazem carinho.
Não preciso pensar em nada.
Arroto sem ser julagada,
um bebê, isso sim.
Sou Bukovski na versão mulher.
Mas sou pior, porque nem bebo pra desculpar a porra da zona que faço.
Se eu fosse uma mulherzinha inha inha,
estaria agora no salão de beleza
esquecendo de tudo, lendo uma revista e falando foda-se.
Mas resolvi ser outra coisa
e também falo foda-se.
Mulherzinha é o caralho.
Odeio salão de beleza
e essa merda de cultura que cultua essa merda
Bom dia, segunda feira
Vou ficar aqui na cama
há há há
To perdendo tempo
Time is money?
Foda-se!
que nasce na frente do meu corpo e me impede de qualquer passo adiante.
Cansada, acabo cedendo, não luto com a massa e deito na cama.
Pego um livro e solto-o, acabo ligando a televisão.
Lá dentro da caixa, só merda, me torno imbecil,
sofro, mas não faço nada. A massa continua presente, ela vence, não tenho forças
sofro, mas é só por dentro, não consigo nem chorar.
Sou um personagem dos contos de Kafka ou Murilo Rubião.
A massa invisível cresce, já não consigo levantar.
Sede, quero beber água.
Nem isso.
Virei barata.
A manhã começa, as horas passam.
É preciso trabalhar. Tem muita coisa a fazer, tá tudo se atropelando.
Não vou conseguir.
A massa cresce,
quero levantar,
virei um piolho,
quero beber água,
cada vez mais difícil,
a TV me apodrece,
minha alma tá indo indo embora,
virei bicho,
meu corpo sua,
virei lixo,
o telefone toca,
não atendo,
minhas mãos sumiram.
Ah, mas também não me amolem!
Sonho em ser bebê.
Um bebê rico de berço de ouro.
Me pegam no colo, me dão de mamá e me fazem carinho.
Não preciso pensar em nada.
Arroto sem ser julagada,
um bebê, isso sim.
Sou Bukovski na versão mulher.
Mas sou pior, porque nem bebo pra desculpar a porra da zona que faço.
Se eu fosse uma mulherzinha inha inha,
estaria agora no salão de beleza
esquecendo de tudo, lendo uma revista e falando foda-se.
Mas resolvi ser outra coisa
e também falo foda-se.
Mulherzinha é o caralho.
Odeio salão de beleza
e essa merda de cultura que cultua essa merda
Vou ficar aqui na cama
há há há
To perdendo tempo
Time is money?
Foda-se!
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
SAMBA DA IMPERFEIÇÃO
Eu tô com uma angústia no meu peito
Dizem que alguém ta me seguindo
Invado os templos sem respeito
Eu rezo pra quem não ta ouvindo
Eu sigo falhando pela vida
Sem medo de ser de outra corrente
Sou buda, sou padre, sou ferida
To longe, to perto, to ausente
REFRÃO
A morte me chega e eu to cantando
A vida ta indo e eu faço arte
O mundo passou me visitando
Espalho meu som por toda parte
Eu
ando nas ruas talento
Tentando
encontrar a minha história
Sou
pedra, sou caco, sou tormento
Sou
gente perdida na memória x3
____
Escrevi
o meu nome na calçada
Delataram
como pichação
Perturbei
meus vizinhos na noitada
Fui
destaque da televisão
Tentei
libertar meus conhecidos
Falaram
que eu to condenado
Fugi pra
um lugar desconhecido
Deixei
um poema inacabado
Deixei
um poema inacaba...
A morte me chega e eu to cantando
A vida ta indo e eu faço arte
O mundo passou me visitando
Espalho meu som por toda parte
Eu ando nas ruas talento
Tentando encontrar a minha história
Sou pedra, sou caco, sou tormento
Sou gente perdida na memória x3
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Já andei tão longe e cheguei aqui
Como eu cheguei aqui? Pois tudo o que andei me fez parar tão perto de mim, e tão igual ao que já fui, ao que já fiz, ao que senti, ao que vivi.
Quando eu percebi eu já fui tão longe
e agora não posso voltar, porque voltar seria desistir de amar.
E o amor é o que pode me salvar.
É o que me sustenta não chão, o que me suspende no ar.
Já sou sua, já és meu. Isso não é posse, é poesia.
Agora já era. Tudo o
que você mentir, eu vou acreditar.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
NASCI UM BUFÃO
Em tempos de muitas certezas,
Em tempos de regras ao ar
Tem vezes que tudo se
perde, se pira, se solta
Momento de
descontrolar.
A melhor conduta pra se
portar
Tentei triste e sozinha
Um jeito, em vão, de
me adaptar
Mas certo nem sempre é
o bom
E se implicam com meu
jeito entortado
Melhor ter nariz de
palhaço.
Vou andar pelas ruas
empestadas
Comemorando a
imperfeição
Meu nome não é mais
“Desculpas”
Agora me chamo Bufão
Já tenho alguns anos
de vida
E ainda preciso nascer
Crescer me olhando de
fato
Para o mundo de fato me
ver.
.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
ISSO FOI APENAS UMA CENA CURTA
(O casal está em harmonia. Constantemente se olham amigavelmente fazendo gestos de cordialidade. No silêncio, são extremamente gentis um com outro. Bebem vinho)
Regina: Eu fico muto feliz que a gente tenha conseguido finalmente chegar a essa harmonia.
Luíz: Eu também.
Regina: Mais vinho?
Luíz: Um pouco.
(ela o serve)
Regina: É muito bom concordarmos um com o outro dessa forma.
Luíz: Muito bom.
Regina: Sem ser como esses casais.
Luíz: Sem ser como todos os casais que passam por isso.
Regina: Todos, menos nós.
Luíz: Então, quase todos.
Regina: Isso. Quase todos.
Luíz: Mais vinho?
Regina: Um pouco.
(ele a serve)
Regina: (respira fundo) Hm... como é bom...
Luíz: O quê?
Regina: Respirar. Já parou para pensar nisso? Como é bom respirar.
(ele respira fundo)
Luíz: Realmente é muito bom. Respirar.
(os dois respiram)
Luíz: Nós estamos respirando.
Regina: Sim, finalmente. Estamos respirando. Mais vinho?
Luíz: Um pouco.
(ela o serve)
Regina: Sabe? Eu estou realmente feliz.
Luíz: Feliz?
Regina: Sim. Em poder passar por isso desse jeito.
Luíz: Você quer dizer, leve.
Regina: Pode ser. Leve. Você se sente leve?
Luíz: Como uma pena. Mais vinho?
Regina: Um pouco. (ele a serve)
Regina: Como uma pena. Gostei. Nós somos diferentes.
Luíz: Ainda bem.
Regina: Eu sinto que somos uma espécie de evolução social.
Luíz: Você sente?
Regina: Você não?
Luíz: Pode ser. Talvez vez você esteja querendo dizer que não fazemos parte das porcentagens.
Regina: Isso. Das cotas.
Luíz: Status quo.
Regina: Estatísticas.
Luíz: Não mesmo.
Regina: Não. Mais vinho?
Luíz: Um pouco.
(ela o serve)
Regina: Não mesmo.
Luíz: Não. Mais vinho?
Regina: Um pouco.
(ele a serve)
Regina: Como é bom ter paz quando o momento pede guerra.
Luíz: Gostei.
Regina: Do quê?
Luíz: Dessa frase. Como é bom ter paz quando o momento pede guerra. Parece nome de peça.
Regina: Peça?
Luíz: Peça curta. Cena.
Regina: Tipo esquete?
Luíz: Isso, esquete. Cena curta.
Regina: Como se isso fosse uma cena?
Luiz: Não, não! Não que estejamos fazendo uma cena.
Regina: Não, imagina. Mais vinho?
Luíz: Um pouco.
(ela o serve)
Luíz: Não se deve fazer cena quando o momento é a própria dose de realidade. Aí, mais um nome. Mais vinho?
Regina: Um pouco.
(ele a serve. Tempo de silêncio)
Luíz: Nossa última refeição.
Regina: O último vinho juntos.
Luíz: Um brinde aos últimos momentos.
(brindam. Bebem mais. silêncio)
Regina: O último momento... Quem disse isso?
Luíz: Vamos apreciá-lo devagar.
(silêncio)
Regina: Mais nada a dizer.
Luíz: Nada.
Regina: É bom assim.
Luíz: É bom.
Regina: Ótimo.
Luíz: Excelente.
Regina: Magnífico
Luíz: Estupendo.
Regina: Incrível.
Luíz: Gratificante.
(tempo. Ela bebe)
Regina: Gratificante por quê?
Luíz: Não sei... Gratificante. Mais vinho?
(silêncio)
Luíz: Mais vinho?
Regina: (tempo) Explica.
Luíz: O quê?
Regina: O gratificante. O que é gratificante?
Luíz: Gratificante? Sei lá... foi só uma expressão, um modo de dizer.
Regina: Desenvolva.
Luíz: Oi?
Regina: Desenvolva.
Luíz: Cuidado para não entrarmos no status quo...
Regina: Desenvolva.
Luíz: As estatísticas.
Regina: Desenvolva.
Luíz: A gente tava indo tão bem.
Regina: Desenvolva.
Luíz: Estávamos conseguido, meu bem, não perca o foco.
Regina: De-sen-vol-va.
Luíz: A gente tava concordando com tudo, Regina, não estraga.
Regina: Tudo bem. Eu não vou estragar. Um pouco. (Ele a serve. tempo) Eu só não concordo que a gente concorde dessa maneira.
Luíz: Que maneira?
Regina: O que você quis dizer com gratificante?
Luíz: Eu não quis dizer nada com gratificante. Eu poderia nem ter dito gratificante.
Regina: Mas você disse !
Luíz: Eu disse que nós somos uma evolução social.
Regina: Você não disse isso. Eu disse isso.
Luíz: Cadê a evolução? Os evoluídos não discutem por causa de uma palavrinha.
Regina: Mas não é uma palavrinha qualquer. Você disse gratificante.
Luíz: E?
Regina: Para tudo tem um limite.
Luíz: Para tudo tem seu momento.
Regina: Cala a boca. Gratificante o quê? Se separar de mim é gratificante? Você poderia ao menos ser um pouco mais educado.
Luíz: Eu nem pensei no que falei.
Regina: Mas falou.
Luíz: Eu poderia ter dito por exemplo, dignificante.
Regina: Mas não falou! Mais vinho?
Luíz: Eu sabia que não ia dar certo. Não conseguiríamos. Até concordando a gente briga. Uma merda essa história de leveza, de diferentes. Diferentes o caralho. Não há casal que se separe que consiga sair do padrão. Putz, outro nome para esquete. Um pouco.
(ela o serve)
Regina: Você adora se sair de vítima, quando você é que sempre estraga tudo. Gratificante digo eu!
Luíz: Você parou de respirar.
Regina: Gratificante se separar, né? Depois de tudo o que fiz por você. Depois de todos esses anos de merda que eu perdi com você.
Luíz: Não esquece da yoga, Regina. Respira e solta. Lembra?
Regina: Cala a boca, Luiz.
Luíz; Amanhã você não me verá mais. Ainda dá tempo para recuperar todos esses anos perdidos de merda.
Regina: Não foi isso o que eu quis dizer!
Luíz: Mas disse!
(tempo)
Regina: Isso não devia estar acontecendo.
Luíz: A gente se separar?
Regina: Não! Esses insultos. Por que, para se separar, é preciso haver insultos?
Luíz: Estamos expurgando nossas frustrações. Às vezes é preciso expurgar as frustrações.
Regina: Mas tínhamos combinado que não deixaríamos isso acontecer.
Luíz: Isso foi antes do vinho. Mais vinho?
Regina: Um pouco.
(ele a serve)
Luíz: E se mudássemos de assunto?
Regina: Tipo o quê?
(tempo)
Luíz: Sabia que os casos mais graves de acne aumentam o risco de suicídio?
Regina: E daí?
Luíz: E daí, que o nosso filho é um adolescente.
Regina: E daí?
Luíz: E daí que ele tem acnes.
Regina: E daí?
Luíz: Isso não te preocupa?
Regina: Nosso filho não vai morrer.
Luíz: Nunca se sabe. Os tempos de hoje...
Regina: Por que gratificante?
Luíz: Caralho! Você não desiste!
Regina: Por quê? Por quê? Por quê?
Luíz: Por que não falamos das acnes? Saiu no jornal, então deve ser importante. Temos um filho adolescente.
Regina: Foda-se as acnes. Foda-se o nosso filho. Estamos falando da nossa separação. Dos anos lindos e bostas juntos que vão ser rompidos, dos nosso corpos que serão afastados, da nossa alma rasgada, um corte na nossa história. Será que você não entende? Você poderia ter dito tudo, tudo Luíz. Tudo, menos gratificante. Mais vinho?
Luíz: Um pouco! (ela o serve. tempo)Vamos acabar com isso agora.
Regina: Não! Vamos acabar com isso agora!
Luíz: Não! Vamos acabar com isso agora!
Regina: Não! Vamos acabar com isso agora!
Luíz: Não! Vamos acabar com isso agora!
Regina: Não! Vamos acabar com isso agora!
Luíz: Se estamos concordando, por que estamos brigando?!
Regina: Estamos expurgando nossas frustrações. Foda- se as estatísticas. É preciso expurgar as frustrações.
Luíz: Outro nome bom. Olha quanto nome bom daria para uma cena curta!
Regina: Foda-se os nomes! Você está com ideia fixa em nomes!
Luíz: E você está com ideia fixa em gratificante!
Regina e Luíz: Mais vinho?
Regina e Luiz: Um pouco.
(eles se servem. tempo)
Luíz: Desculpa. Eu não queria dizer gratificante.
Regina: Desculpa, eu não queria me tornar o que eu me tornei.
Luíz: Desculpa, eu não queria te fazer se tornar o que você se tornou.
Regina: Desculpa, eu não queria te fazer me fazer eu me tornar o que eu me tornei
Luíz: Desculpa, eu não queria me separar de você. (tempo)
Regina: Não?
(tempo)
Luíz: Mais vinho?
Regina: Não? (tempo) Um pouco.
Luíz: Desculpa, acabou.
Regina: Eu sei.
Luíz: O vinho.
Regina: Oi?
Luíz: O vinho acabou.
Regina: O vinho. (tempo) E agora, o que fazemos?
Luíz: E se mudássemos de assunto?
Regina: Mudar de assunto? É isso? Então, tá bom. Se é isso. Vamos mudar de assunto.
Luíz: Tem certeza que não quer falar das acnes? Eu acho mesmo um assunto importante. Temos um filho adolescente.
Regina: Por que você quer tanto falar das acnes?
Luíz: Porque amanhã eu vou embora e não conversaremos mais sobre trivialidades.
Regina: Você tem mesmo que ir embora amanhã? (tempo. Ele não responde) Mais vinho? Ah! Esqueci. Acabou.
Luíz: É. Acabou.
Regina: O vinho.
Luíz: É. O vinho acabou.
(tempo)
Regina: Acabou.
Luíz: Acabou.
Regina: (respira) Então tá...
Luíz: (respira) Então tá...
Regina: Voltamos à cordialidade. Isso foi apenas uma cena curta.
Luíz: Isso não foi apenas uma cena curta.
Regina: Sim, isso foi. Mas vamos acabar com ela.
Luíz: Como?
Regina: Me fale das acnes.
FIM
Regina: Eu fico muto feliz que a gente tenha conseguido finalmente chegar a essa harmonia.
Luíz: Eu também.
Regina: Mais vinho?
Luíz: Um pouco.
(ela o serve)
Regina: É muito bom concordarmos um com o outro dessa forma.
Luíz: Muito bom.
Regina: Sem ser como esses casais.
Luíz: Sem ser como todos os casais que passam por isso.
Regina: Todos, menos nós.
Luíz: Então, quase todos.
Regina: Isso. Quase todos.
Luíz: Mais vinho?
Regina: Um pouco.
(ele a serve)
Regina: (respira fundo) Hm... como é bom...
Luíz: O quê?
Regina: Respirar. Já parou para pensar nisso? Como é bom respirar.
(ele respira fundo)
Luíz: Realmente é muito bom. Respirar.
(os dois respiram)
Luíz: Nós estamos respirando.
Regina: Sim, finalmente. Estamos respirando. Mais vinho?
Luíz: Um pouco.
(ela o serve)
Regina: Sabe? Eu estou realmente feliz.
Luíz: Feliz?
Regina: Sim. Em poder passar por isso desse jeito.
Luíz: Você quer dizer, leve.
Regina: Pode ser. Leve. Você se sente leve?
Luíz: Como uma pena. Mais vinho?
Regina: Um pouco. (ele a serve)
Regina: Como uma pena. Gostei. Nós somos diferentes.
Luíz: Ainda bem.
Regina: Eu sinto que somos uma espécie de evolução social.
Luíz: Você sente?
Regina: Você não?
Luíz: Pode ser. Talvez vez você esteja querendo dizer que não fazemos parte das porcentagens.
Regina: Isso. Das cotas.
Luíz: Status quo.
Regina: Estatísticas.
Luíz: Não mesmo.
Regina: Não. Mais vinho?
Luíz: Um pouco.
(ela o serve)
Regina: Não mesmo.
Luíz: Não. Mais vinho?
Regina: Um pouco.
(ele a serve)
Regina: Como é bom ter paz quando o momento pede guerra.
Luíz: Gostei.
Regina: Do quê?
Luíz: Dessa frase. Como é bom ter paz quando o momento pede guerra. Parece nome de peça.
Regina: Peça?
Luíz: Peça curta. Cena.
Regina: Tipo esquete?
Luíz: Isso, esquete. Cena curta.
Regina: Como se isso fosse uma cena?
Luiz: Não, não! Não que estejamos fazendo uma cena.
Regina: Não, imagina. Mais vinho?
Luíz: Um pouco.
(ela o serve)
Luíz: Não se deve fazer cena quando o momento é a própria dose de realidade. Aí, mais um nome. Mais vinho?
Regina: Um pouco.
(ele a serve. Tempo de silêncio)
Luíz: Nossa última refeição.
Regina: O último vinho juntos.
Luíz: Um brinde aos últimos momentos.
(brindam. Bebem mais. silêncio)
Regina: O último momento... Quem disse isso?
Luíz: Vamos apreciá-lo devagar.
(silêncio)
Regina: Mais nada a dizer.
Luíz: Nada.
Regina: É bom assim.
Luíz: É bom.
Regina: Ótimo.
Luíz: Excelente.
Regina: Magnífico
Luíz: Estupendo.
Regina: Incrível.
Luíz: Gratificante.
(tempo. Ela bebe)
Regina: Gratificante por quê?
Luíz: Não sei... Gratificante. Mais vinho?
(silêncio)
Luíz: Mais vinho?
Regina: (tempo) Explica.
Luíz: O quê?
Regina: O gratificante. O que é gratificante?
Luíz: Gratificante? Sei lá... foi só uma expressão, um modo de dizer.
Regina: Desenvolva.
Luíz: Oi?
Regina: Desenvolva.
Luíz: Cuidado para não entrarmos no status quo...
Regina: Desenvolva.
Luíz: As estatísticas.
Regina: Desenvolva.
Luíz: A gente tava indo tão bem.
Regina: Desenvolva.
Luíz: Estávamos conseguido, meu bem, não perca o foco.
Regina: De-sen-vol-va.
Luíz: A gente tava concordando com tudo, Regina, não estraga.
Regina: Tudo bem. Eu não vou estragar. Um pouco. (Ele a serve. tempo) Eu só não concordo que a gente concorde dessa maneira.
Luíz: Que maneira?
Regina: O que você quis dizer com gratificante?
Luíz: Eu não quis dizer nada com gratificante. Eu poderia nem ter dito gratificante.
Regina: Mas você disse !
Luíz: Eu disse que nós somos uma evolução social.
Regina: Você não disse isso. Eu disse isso.
Luíz: Cadê a evolução? Os evoluídos não discutem por causa de uma palavrinha.
Regina: Mas não é uma palavrinha qualquer. Você disse gratificante.
Luíz: E?
Regina: Para tudo tem um limite.
Luíz: Para tudo tem seu momento.
Regina: Cala a boca. Gratificante o quê? Se separar de mim é gratificante? Você poderia ao menos ser um pouco mais educado.
Luíz: Eu nem pensei no que falei.
Regina: Mas falou.
Luíz: Eu poderia ter dito por exemplo, dignificante.
Regina: Mas não falou! Mais vinho?
Luíz: Eu sabia que não ia dar certo. Não conseguiríamos. Até concordando a gente briga. Uma merda essa história de leveza, de diferentes. Diferentes o caralho. Não há casal que se separe que consiga sair do padrão. Putz, outro nome para esquete. Um pouco.
(ela o serve)
Regina: Você adora se sair de vítima, quando você é que sempre estraga tudo. Gratificante digo eu!
Luíz: Você parou de respirar.
Regina: Gratificante se separar, né? Depois de tudo o que fiz por você. Depois de todos esses anos de merda que eu perdi com você.
Luíz: Não esquece da yoga, Regina. Respira e solta. Lembra?
Regina: Cala a boca, Luiz.
Luíz; Amanhã você não me verá mais. Ainda dá tempo para recuperar todos esses anos perdidos de merda.
Regina: Não foi isso o que eu quis dizer!
Luíz: Mas disse!
(tempo)
Regina: Isso não devia estar acontecendo.
Luíz: A gente se separar?
Regina: Não! Esses insultos. Por que, para se separar, é preciso haver insultos?
Luíz: Estamos expurgando nossas frustrações. Às vezes é preciso expurgar as frustrações.
Regina: Mas tínhamos combinado que não deixaríamos isso acontecer.
Luíz: Isso foi antes do vinho. Mais vinho?
Regina: Um pouco.
(ele a serve)
Luíz: E se mudássemos de assunto?
Regina: Tipo o quê?
(tempo)
Luíz: Sabia que os casos mais graves de acne aumentam o risco de suicídio?
Regina: E daí?
Luíz: E daí, que o nosso filho é um adolescente.
Regina: E daí?
Luíz: E daí que ele tem acnes.
Regina: E daí?
Luíz: Isso não te preocupa?
Regina: Nosso filho não vai morrer.
Luíz: Nunca se sabe. Os tempos de hoje...
Regina: Por que gratificante?
Luíz: Caralho! Você não desiste!
Regina: Por quê? Por quê? Por quê?
Luíz: Por que não falamos das acnes? Saiu no jornal, então deve ser importante. Temos um filho adolescente.
Regina: Foda-se as acnes. Foda-se o nosso filho. Estamos falando da nossa separação. Dos anos lindos e bostas juntos que vão ser rompidos, dos nosso corpos que serão afastados, da nossa alma rasgada, um corte na nossa história. Será que você não entende? Você poderia ter dito tudo, tudo Luíz. Tudo, menos gratificante. Mais vinho?
Luíz: Um pouco! (ela o serve. tempo)Vamos acabar com isso agora.
Regina: Não! Vamos acabar com isso agora!
Luíz: Não! Vamos acabar com isso agora!
Regina: Não! Vamos acabar com isso agora!
Luíz: Não! Vamos acabar com isso agora!
Regina: Não! Vamos acabar com isso agora!
Luíz: Se estamos concordando, por que estamos brigando?!
Regina: Estamos expurgando nossas frustrações. Foda- se as estatísticas. É preciso expurgar as frustrações.
Luíz: Outro nome bom. Olha quanto nome bom daria para uma cena curta!
Regina: Foda-se os nomes! Você está com ideia fixa em nomes!
Luíz: E você está com ideia fixa em gratificante!
Regina e Luíz: Mais vinho?
Regina e Luiz: Um pouco.
(eles se servem. tempo)
Luíz: Desculpa. Eu não queria dizer gratificante.
Regina: Desculpa, eu não queria me tornar o que eu me tornei.
Luíz: Desculpa, eu não queria te fazer se tornar o que você se tornou.
Regina: Desculpa, eu não queria te fazer me fazer eu me tornar o que eu me tornei
Luíz: Desculpa, eu não queria me separar de você. (tempo)
Regina: Não?
(tempo)
Luíz: Mais vinho?
Regina: Não? (tempo) Um pouco.
Luíz: Desculpa, acabou.
Regina: Eu sei.
Luíz: O vinho.
Regina: Oi?
Luíz: O vinho acabou.
Regina: O vinho. (tempo) E agora, o que fazemos?
Luíz: E se mudássemos de assunto?
Regina: Mudar de assunto? É isso? Então, tá bom. Se é isso. Vamos mudar de assunto.
Luíz: Tem certeza que não quer falar das acnes? Eu acho mesmo um assunto importante. Temos um filho adolescente.
Regina: Por que você quer tanto falar das acnes?
Luíz: Porque amanhã eu vou embora e não conversaremos mais sobre trivialidades.
Regina: Você tem mesmo que ir embora amanhã? (tempo. Ele não responde) Mais vinho? Ah! Esqueci. Acabou.
Luíz: É. Acabou.
Regina: O vinho.
Luíz: É. O vinho acabou.
(tempo)
Regina: Acabou.
Luíz: Acabou.
Regina: (respira) Então tá...
Luíz: (respira) Então tá...
Regina: Voltamos à cordialidade. Isso foi apenas uma cena curta.
Luíz: Isso não foi apenas uma cena curta.
Regina: Sim, isso foi. Mas vamos acabar com ela.
Luíz: Como?
Regina: Me fale das acnes.
FIM
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Adiante
É com você que quero
errar para aprender
E assim me reconhecer nos
conhecendo mais além
E a vontade de
construir, de evoluir, de melhorar
Que vou chorar depois
cantar de alegria
E sendo assim, serás
também
E quando houver desconexão
Vamos nos ouvir,
prestar atenção, nos dar as mãos e prosseguir
terça-feira, 15 de novembro de 2011
JORNADA
Quero ser uma mulher
tão forte e leve,
Vou na direção da paz
Se faltar carinho, vou desenhar com as mãos.
Quero cultivar delicadeza.
Desejar amor.
Que sempre recomeça
quando algo pode declinar.
Vou chegar pelo mar
navegando em silêncio e palavras,
Pois o tempo sempre
deixa um espaço para colocar as coisas no lugar.
Vou na direção da paz
E saber ouvir os anjos
espirituais,
Os anos só existem para nos ajudar nas respostas.
Se faltar carinho, vou desenhar com as mãos.
Se faltar olhar, vou
respirar.
Se faltar calor, vou
caminhar.
E o destino nunca vai
me deixar na solidão.
Quero cultivar delicadeza.
E faze-la imperar em
meu ser.
Declamar pelos cantos
A poesia no ato de
viver.
Desejar amor.
Não vou mais me
machucar.
Pois o que sou agora é o que
realmente importa.
Dedicado à amiga Clara Linhart que me ajudou a enxergar
Dedicado à amiga Clara Linhart que me ajudou a enxergar
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Um dia estranho
Copacabana, todo dia, dia a dia é sempre igual:
Obras, carros, apitos,
sinais, alarmes, tiros, confusão
É ela, espremida,
invadida, poluída, populada
Que se não fosse a
praia, a orla, a brisa desviada
Entre prédios
acimentados, empilhados lado a lado, colados sem permissão
Já estaria saturada,
morta, apodrecida, ferida sem saída.
De repente, um silêncio degradante, ao longe o rádio do vizinho, ou da vila lá de trás.
Vez em quando um
latido, alguns pequenos barulhinhos,
Poucos carros, pessoa
lentas na calçadas, até o som de passarinhos
Assim, quase
triste, sem sentido, um dia estranho e perturbador,
Um mercado aberto
lotado, um jornaleiro fechado, sinais parados.
Então entendi. Era um feriado.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
O CORPO E A ALMA
Meu corpo mora em um
lugar onde o tempo é vento
Como nos clipes
musicais
Todo instante, novo
movimento
O coração batendo
rápido
E em cada segundo já
passou milhares de acontecimentos
Minha alma mora em um
lugar onde o tempo é lento
Como nos contos de
Guimarães e Gabriel
Todo pássaro traz um
momento
O coração batendo
calmo
E cada segundo é
sempre um grande acontecimento.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
MILAGRE
Às vezes recebemos presentes raros,
Em horas não marcadas, em dias não combinados,
Que abalam nossos falsos apoios em verdades pré-estabelicidas,
Desbancando os planejamentos que fazemos para alguma coisa qualquer,
Que nos fazem sentir no controle de sei lá o quê.
Mas a beleza pode estar presente aí:
No caminho obscuro que se ilumina aos poucos.
Nunca saberemos de tudo. Nunca mesmo.
Quem acha que sim, sofrerá até o fim.
O tempo prático luta com o cosmos subjetivo.
O amor se apodera intrinsecamente dos poros
Sem pedir permissão.
E quando nos vemos ,
Estamos tomados,
Estamos amando,
E sendo amados.
Existe sim um lugar além do que não se pode ver.Que não é pra ser longe,
Tá mais pra ser dentro.
Talvez é lá que fica a alma,
Que nos enlaça em abraços
E nos explica o que ela quer de verdade.
E, entendendo-a, não há nada mais o que temer.
E aprende a receber
Os milagres.
Para meu grande amigo F.C
Em horas não marcadas, em dias não combinados,
Que abalam nossos falsos apoios em verdades pré-estabelicidas,
Desbancando os planejamentos que fazemos para alguma coisa qualquer,
Que nos fazem sentir no controle de sei lá o quê.
Mas a beleza pode estar presente aí:
No caminho obscuro que se ilumina aos poucos.
Nunca saberemos de tudo. Nunca mesmo.
Quem acha que sim, sofrerá até o fim.
O tempo prático luta com o cosmos subjetivo.
O amor se apodera intrinsecamente dos poros
Sem pedir permissão.
E quando nos vemos ,
Estamos tomados,
Estamos amando,
E sendo amados.
Existe sim um lugar além do que não se pode ver.
Tá mais pra ser dentro.
Talvez é lá que fica a alma,
Que nos enlaça em abraços
E nos explica o que ela quer de verdade.
E, entendendo-a, não há nada mais o que temer.
De alguma forma vamos um dia aplaudir o destino
Como quem aplaude o belo músico ao pianoE aprende a receber
Os milagres.
Para meu grande amigo F.C
Assinar:
Postagens (Atom)